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The Sadgirl
[Monday, January 30, 2006]
Tudo Que Se Quer (versão beeeem livre de All I Ask Of You)
cantada por Emílio Santiago e Verônica Sabino quando eu ainda era uma menina
não tenho certeza quem fez a letra...
Olha nos meus olhos,
esquece o que passou,
aqui neste momento,
silêncio e sentimento.
Sou o teu poeta,
eu sou o teu cantor,
teu rei e teu escravo,
teu rio e tua estrada.
Vem comigo meu amado amigo,
nessa noite clara de verão.
Seja sempre o meu melhor presente,
seja tudo sempre como é.
É tudo que se quer.
Leve como o vento,
quente como o sol.
Em paz na claridade,
sem medo e sem saudade.
Livre como o sonho,
alegre como a luz.
Desejo e fantasia,
em plena harmonia.
Eu sou teu homem, sou teu pai, teu filho.
Sou aquele que te tem amor.
Sou teu par e teu melhor amigo.
Vou contigo seja aonde for.
E onde estiver estou.
Vem comigo meu amado amigo.
Sou teu barco neste mar de amor.
Sou a vela que te leva longe
da tristeza.
Eu sei, eu vou.
E onde estiver estou.
As vezes precisamos dar um chance para que as coisas aconteçam. Ninguém chega a vida adulta sem se machucar, um pouco ou muito. E se machucar as vezes nos embrutece de uma maneira muito sutil. POrque na maioria das vezes, não nos embrutece contra os outros, mas contra a gente mesmo. Porque a gente cria uns medos bizarros de que as coisas dêem certo.
Eu sou um pouco suspeita para falar dessas coisas. Acima de tudo, acredito em amor. Um sentimento que desta vez consegui fazer andar junto com uma paixão, mas não foi sempre assim. E muitas vezes eu aprendi a amar. Amor não brota sempre de uma paixão arrebatadora. As vezes, ele tem uma brotação mais violeta e menos orquídea. O que tem suas vantagens, porque violetas dão flor o ano todo, e rebrotam com facilidade.
O problema é que com medo de machucar ou outros, e principalmente, com medo de machucar a si mesmo, a gente se impede de brotar. Não permite que o fígado (outro dia posto sobre isso, mas é meu fígado que ama, não meu coração) pulse por alguém na sintonia que poderia. Se priva de tentar, com medo de um futuro em absoluto hipotético, e que pode jamais acontecer.
O maior erro que se pode ter é medo de magoar alguém. É uma ofensa contra a pessoa, até. E medo de se magoar...também é uma ofensa, e até pior. Porque é se privar da vida com medo de gasta-la. E ai ela vai sozinha embora, e deixamos para trás terríveis "e se..." que vão nos atormentar um dia.
As vezes, a gente precisa se abrir para as possibilidades. Pode ser que aquilo que a gente mais procurou tenha chegado meio fora da estação. E sem as folhas e o sol no lugar certo, dificulta muito identificar. Mas se a gente se permitir brincar, o verão vai chegar logo, e pode trazer suspresas geniais.
Nunca tenha medo de machucar os outros. Nem a si mesmo. Arriscar é sempre valido. E magoa muito mais fugir do que deixar arrefecer a seu tempo. Para todos os envolvidos.
dedicado por Sarah Helena * 1:40 PM
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[Sunday, January 22, 2006]
Está um calro absurdo, e todas asp ortas e janelas estão abertas. Agora a pouco tinha um grilo na rua. Abro a geladeira e ponho no copo o último gole do refrigerante de limão.
Agora é noite e o vento entra pela casa, o que é bom. Fiz pipoca para matar a fome, e fiquei no computador tentando escrever algo que preste. Não andei bem nesses dias. As vezes uma tolice acumula outra e me sinto péssima.
No entanto, depois de um tempo enorme, comecei a pintar uma tela. Surpreendentemente, estou gostando do resultado. Ela é um presente. Prometido a muito tempo. Valeu a espera porque agora minha técnica é melhor. O quadro fica menos duro. Primitiva, tudo bem, mas menos seco.
Ando um pouco irritada com alguns dos meus melhores amigos. Auto piedade e aquela maldição do acreditar que "não adianta, não vai fazer diferença, não vai mudar nada, a vida é uma merda mesmo". Mas como a gente faz para alguém ver a verdade quando teima em manter os olhos fechados?
Não faz. E isso me irrita, porque odeio a sensação de impotência. De querer fazer algo e não poder. Me irrita que caras tão incríveis se recusem a aceitar que são assim, e consigam viver com mais apreço pela vida.
Nós somos muito jovens ainda. E continuaremos sendo depois dos trinta anos. Não existe motivo para achar que a vida acabou antes de terminar.
Pois é. O calor me deixa emotiva. E não me permite dormir...
dedicado por Sarah Helena * 10:49 PM
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[Tuesday, January 10, 2006]
Comecei a escrevr um post, mas estava muito agressivo. E aqui, eu busco o equilibrio não o confronto de frente. Tenho enfrentado algumas dificuldades desde que engravidei. As pessoas não aceitam que ser mãe não mudou quem eu sou. Continuo a mesma Sarah, Filhote, Sad, Harië que eu era antes. Mas com algo a mais. Continuo falando palavrão, gostando de beber, tendo tendências auto destrutivas, preferindo a sombra e a penunbra, rezando para a lua cheia, colecionando imagens de gatos... me visto de preto e gostaria de conseguir vestir o beija flor de um jeito parecido com o meu, mais rock'and'roll. Gosto da sensação da fumaça do cigarro entre os dentes.
E "as pessoas" decidem que não posso ser uma boa mãe por isso. Acham que só podemos assumir um papel social por vez. Vejo isso entre muitas mães com quem convivo pela internet. Não conseguem aceitar seus outros papéis: deiixam de se sentir mulher, profissional, amiga, baladeira. Ficam em um clima "minha vida acabou" e "meus filhos são tudo para mim", que no fim significam a mesma coisa. Gosto do convívio delas, para tirar dúvidas, falar dos filhos, mas elas vivem em função disso. Onde estão as pessoas que elas são? Não sei. Só conheço as mães que elas são.
Eu sou bem dedicada/preocupada. Carrego o beija-flor em um sling, tive ele na Casa de Parto, não no hospital, porque procurei um parto humanizado. Não deixo ele vendo TV mais que uns minutos, e nunca coloco ele propositalmente assistindo. Amamentei exclusivamente até os seis meses, mesmo trabalhando. E tenho uma preocupação em apresentar uma alimentação saudável e variada para ele. Estimulo ele ao máximo, converso e leio para ele, não forço a barra, optei com o Koshari que ele ficasse o ano passado todo sem trabalhar para conviver com ele e para que não precisasse coloca-lo em uma creche.
Só que saio com ele desde os 11 dias; saio a noite e bebo uma cerveja de vez em quando, com ele; ando pelo centro de São Paulo. Pego ônibus, trem metrô. Continuo vivendo minha vida.
Durante nosso dia-adia, temos muitos papéis sociais: eu mesma, sou amiga, mãe, amante, companheira, professora, bruxa, roqueira, porra-loca, blogueira, e um monte de rótulos que as pessoas colocam na gente para nos fazer caber na sua visão de mundo. O que não é errado. Mas é preciso ter visão do todo.
Assumimos muitos papéis, mas enhum é único. Temos que aprender a aceitar que a pessoa na nossa frente tem uma vida e um universo próprios, e que a passagem dela por nós é parte disso, mas não a totalidade.
E precisamos procurar o equilíbrio entre todas as nossas partes, para poder viver tudo com intensidade, sem se arrepender depois por ter feito as escolhas erradas...
dedicado por Sarah Helena * 3:03 AM
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[Tuesday, January 03, 2006]
E falando sobre fantasia/realidade, assisti um filme bem legal ontem. Um desses que deviam ganhar o prêmio de tradução ruim, tanto no título como nas legendas... Cruzado, com o Orlando Bloom, o Jeremy Irons (eu amo Jeremy Irons), etc. O nome original é Kingdon of Heaven, Reino do Céu, embora eu ache que Heaven fica melhor sem ser traduzido. Um filme que, obviamente, toma liberdades históricas mil, mas que coloca uma coisa interessante: como em uma guerra todos os lados podem estar certos, e ao mesmo tempo estarem errados. Saladino, Balian, até mesmo os templários, lutavam por aquilo que acreditavam. Acho que é disso que sinto falta hoje em dia. A gente tem medo de lutar. Não que antes fosse melhor. A Deusa sabe o queanto estou feliz de viver nessa época.
Mas quantos de nós teriam coragem de largar tudo para ir lutar no outro lado do planeta por algo em que acreditamos? E não digo só pegar em armas.
Eu sempre desejei cair na estrada. Até hoje, me sinto melhor na estrada do que em praticamente qualquer outro lugar. Ainda assi, sempre tive medo. Nunca fui embora, mesmo quando estava preparada para isso. É fácil achar desculpas...
Dinheiro é a primeira delas. Família a segunda. A outra é o auto engano, o "eu não queria mesmo fazer isso". Tudo furado.
Ao mesmo tempo, percebo pequenas conquistas no meu dia a dia, e me felicito. As vezes acho que estou mais perto do que nunca de ser eu mesma... mesmo que a estrada esteja mais na minha mente que sob meus pés.
Está chovendo lá fora. O beija flor dorme no berço. Koshari está na sala jogando video game. De vez em quando, um trovão, um suspiro do beija flor. Sinto sede, mas a garrafa de água está longe... decido acabare o post sem termina-lo, e ir beber água.
dedicado por Sarah Helena * 3:22 AM
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