Layout por:
The Sadgirl
[Thursday, July 22, 2004]
Nem só de coisas positivas é feito o caminho. Aprender significa cometer erros, e principalmente aprender a conviver com os resultados do seus erros. É saber que não se pode voltar atrás e que isso afeta outras vidas.
É nisso que penso hoje. Quantas amizades são perdidas de maneira desnecessária? Porque as coisas não acontecem do jeito mais simples? Quantos amores morrem por imaturidade em enfrentar as coisas juntos?
Hoje penso em tudo isso. Porque vejo acontecer com pessoas que são queridas para mim, como um dia aconteceram comigo. Somos nós querendo ser fortes por dois e deixando nossos meninos se afogarem em imaturidade na nossa ânsia por protege-los, e tendo que carregar o custo dessa proteção, que é enfrentar sozinhas coisas que deviam ser divididas.
É carregar o peso de ir pelo caminho mais difícil e perder coisas que faziam nossa vida valer a pena, porque não medimos as consequências de nossas atitudes.
É se afastar quando mais precisa de companhia. Fechar as portas onde depois vamos bater inutilmente, porque já não são mais para nós.
Não enxergar o pedido desesperado de ajuda de alguém, e por isso depois saber que é seu karma chorar sozinho no escuro.
Como eu gostaria de poder evitar essas coisas. Mas as vezes, o jeito mais difícil é o unico que a gente aprende.
Estou feliz. Tenho um cano confortável, um homem para amar. Mas também estou triste, e nao tenho idéia de como diminuiessa tristeza...
dedicado por Sarah Helena * 2:32 AM
|
[Friday, July 02, 2004]
Transmito um trecho da coluna da Adília Belotti nesta semana...
Gosto imensamente do que ela escreve.
...E é esta a história de Piktor: a da busca da completude. Foi contada por um escritor chileno, Miguel Serrano, num livro em que ele narra os encontros que teve com dois dos homens mais geniais do século passado: o escritor Herman Hesse e Carl Gustav Jung. O conto, segundo o autor, foi um presente que recebeu de Herman Hesse: “Hesse estende-me um livro belíssimo, impresso com sua própria letra manuscrita, em estilo gótico, e ilustrado por ele mesmo com aquarelas que representam algo semelhante a um estado parasidíaco. O pequeno livro intitula-se As Metamorfoses de Piktor e está colocado dentro de um estojo parecido com uma velha caixa chinesa”.
E a história do livrinho precioso começa assim: “O jovem Piktor entrou no Paraíso”... e viu-se diante daquilo que ele adivinha ser a fonte da vida. Maravilhado, ele observa tudo com espanto e surpresa...
Ali, todas as coisas e os seres se moviam sem cessar, dançando e transformando-se eternamente na “corrente enfeitiçada das metamorfoses”. Flores se transformavam em pássaros e pássaros trocavam a plumagem multicolorida pelos reflexos chamejantes dos cristais. Caminhando descuidadas, feras despiam-se de suas roupagens ferozes e imobilizavam-se por alguns segundos nas formas das pedras preciosas. E, em seguida, das profundezas dos rubis emergiam mais uma vez renovadas, como flores ou árvores ou peixes. No paraíso, as flores cantavam e contavam histórias de outras transformações. Falavam com Piktor da sua infância e incutiam na sua alma a nostalgia do desconhecido. De repente, um pássaro-flor deixou cair aos pés do jovem uma pedra que “maravilhosamente brilhou entre a relva, como sinos que tocam para uma festa”.
Rápido, disse-lhe a Serpente, enrolada em um galho seco, faça um pedido. Com medo de perder a chance de alcançar a felicidade, Piktor fez o desejo em seu coração e imediatamente transformou-se em árvore. Sim, porque era isto que ele sempre desejara ser mais do que tudo.
Seus galhos cresceram até o céu e encheram-se de folhas. Suas raízes mergulharam buscando longe e mais longe a água da terra. Piktor estava feliz. Olhou à sua volta para o Paraíso cambiante e, num susto, percebeu que algo tinha saído errado. Em meio à correnteza das metamorfoses, ele, a Árvore-Piktor era o único ser que não podia mais transformar-se e permanecia sempre idêntico a si próprio. A Serpente o havia enganado.
Sua felicidade desapareceu e ele começou a envelhecer.
Um dia, uma menina se perdeu no Paraíso. Aproximou-se da Árvore-Piktor e acomodou-se entre as dobras do seu tronco. Ao ver a menina, a Árvore-Piktor sentiu uma urgência de felicidade. E de dentro da sua alma de árvore, uma voz gritava: “Pensa, recorda hoje tua vida inteira, descobre um sentido. Se não fizeres isto, será tarde demais e nunca serás feliz!”
A Árvore-Piktor fez um imenso esforço para lembrar-se. Onde havia se enganado, em que momento? E então, como um raio percebeu. Como podia ter sido tão estúpido? Lembrou-se das metamorfoses e dos seres ao mesmo tempo, flor e pedra, ao mesmo tempo homem e mulher, ao mesmo tempo Sol e Lua. Uma tristeza tão grande apossou-se dele, que a menina sentada em suas raízes tremeu e sentiu um súbito desejo de algo mais, um anseio de unir-se aquela árvore solitária. E foi então que um pássaro aproximou-se e deixou cair algo brilhante como um raio aos pés da menina. Uma jóia, que ela pegou e que fez, num segundo, cumprir-se o desejo de seu coração. E ela uniu-se à árvore, transformando-se num galho verde novo e fresco que subiu alegremente até o céu.
E, de novo, o Paraíso existiu. Piktor deixara de ser uma árvore velha e transformara-se. De metade passara a algo inteiro e, agora, podia, ele também, participar do jogo incessante das metamorfoses. E ele foi pássaro e flor, homem e mulher, pedra e peixe. Possuidor de todas as cores e de todas as formas....
Eu era menina quando li esta história pela primeira vez. E assustei-me naquela época com a intensidade da emoção que ela despertou em mim. Estávamos eu e uma amiga, o livrinho mágico no colo. Havia, sim, uma promessa iluminando a noite e uma lua mágica que alimentava nossa saudade e insinuava respostas...Naquela noite, todas as infinitas possibilidades da existência pareciam dançar em volta de nós e eu fiz uma promessa: ser inteira. E tecer para mim um vestido multicolorido. Vestida assim de todas as possibilidades humanas, um dia eu iria passear no Paraíso.
Muito tempo passou desde esta noite extraordinária. Em alguns momentos, acho que envelheci. Mas em outros, fui, sim, árvore e pássaro, homem e mulher, estrela e mar. E sei que ainda hoje, quando visto meu vestido enfeitado de cores, todas as possibilidades de novo dançam à minha volta e por alguns minutos talvez sinto que sou parte do eterno rio de metamorfoses do Paraíso.
E deixo a vocês, a resposta do pássaro à pergunta de Piktor: “Ó pássaro, onde se encontra a felicidade?”
“A felicidade”, indagou o pássaro-flor, “mas em toda parte: na montanha e no vale, na flor e no cristal.”
dedicado por Sarah Helena * 1:22 AM
|
está tudo bem agora.
dedicado por Sarah Helena * 12:56 AM
|
[Thursday, July 01, 2004]
If Tomorrow Never Comes
Garth Brooks
Composição: Kent Blazy - Garth Brooks
Sometimes late at night
I lie awake and watch her sleeping
She's lost in peaceful dreams
So I turn out the lights and lay there in the dark
And the thought crosses my mind
If I never wake up in the morning
Would she ever doubt the way I feel
About her in my heart
If tomorrow never comes
Will she know how much I loved her
Did I try in every way to show her every day
That she's my only one
And if my time on earth were through
And she must face the world without me
Is the love I gave her in the past
Gonna be enough to last
If tomorrow never comes
'Cause I've lost loved ones in my life
Who never knew how much I loved them
Now I live with the regret
That my true feelings for them never were revealed
So I made a promise to myself
To say each day how much she means to me
And avoid that circumstance
Where there's no second chance to tell her how I feel
If tomorrow never comes
Will she know how much I loved her
Did I try in every way to show her every day
That she's my only one
And if my time on earth were through
And she must face the world without me
Is the love I gave her in the past
Gonna be enough to last
If tomorrow never comes
So tell that someone that you love
Just what you're thinking of
If tomorrow never comes
Se o Amanhã Nunca Chegar
Às vezes tarde da noite
Fico deitado, acordado, e a observo dormir
Ela está perdida em sonhos tranqüilos
Então eu apago as luzes e fico ali deitado no escuro
E os pensamentos percorrem minha mente
Se eu nunca acordar de manhã
Será que ela duvidaria do modo como me sinto?
A respeito dela em meu coração?
Se o amanhã nunca chegar
Ela irá saber o quanto eu a amei?
Que tentei, de todas as maneiras, mostrar isto a ela todos os dias?
Que ela é a única?
E se o meu tempo de vida na terra se acabasse
E ela tivesse que enfrentar o mundo sem mim?
Será que o amor que lhe dei no passado
Seria o suficiente para perservar?
Se o amanhã nunca chegar
I feel Pois tenho perdido amores em minha vida
Que nunca souberam o quanto as amei
Agora vivo com o arrependimento
Que meus sentimentos reais por elas nunca foram revelados
Então prometi a mim mesmo
Em dizer, a cada dia, o quanto ela significa para mim
E evitar aquela circunstância
Onde não há uma segunda chance para dizer-lhe como me sinto
Se o amanhã nunca chegar
Ela irá saber o quanto eu a amei?
Que tentei, de todas as maneiras, mostrar isto a ela todos os dias?
Que ela é a única?
E se o meu tempo de vida na terra se acabasse
E ela tivesse que enfrentar o mundo sem mim?
Será que o amor que lhe dei no passado
Seria o suficiente para perservar?
Se o amanhã nunca chegar
Portanto diga àquele(a) que você ama
Apenas o que está pensando
Se o amanhã nunca chegar
dedicado por Sarah Helena * 2:00 AM
|
*ouvindo o tema de enterprise*
Eu sempre me arrependo depois. Toda vez que faço esse tipo de coisa, eu fico assim, morrendo por dentro. Talvez eu tenha sido um pouco precipitada. Não, eu não fiquei brava. Eu fiquei triste. Muito triste. Se eu ficasse, ia começar a chorar, e foi só por isso que eu fui embora. Eu odeio chorar em público.
Sabe, eu não me importo com a minha indecisão. Eu não gosto de tomar decisões. Eu consigo decidir quando é preciso. Mas se eu posso evitar uma coisa que me causa desprazer, porque vou fazer? Eu sou uma doente que vive em outra realidade, talvez. Mas o cotidiano dói. Me faz mal, quando preciso pensar nessas coisas de dia-a-dia, como trabalho, eu desejo morrer. Eu tenho que decidir que matéria vou passar, como vou fazer isso, preciso discutir com os outros professores, preciso decidir onde vou dar aula. Decisões piores, como quais alunos eu tenho condição de levar adiante, e quais eu vou ter que deixar a própria sorte. Preciso decidir, e pior, conviver com o resultado de cada decisão errada que tomo.
Quando posso me livrar desse peso, é um alívio. Quando posso me deixar levar, perguntar para os outros qual vai ser a balada, dar dez idéias e deixar alguém escolher. Quando eu posso saber que estou com alguém a quem confiaria minha vida, e me entregar aos braços desse alguém para me levar onde quiser.
E bom, sobre zombar da minha preocupação... me machuca. Já me basta ter que conviver com o fato de que não sou capaz de cuidar de nada que é importante para mim. Margherita foi envenenada. Eu não sou capaz de ser mãe. O cachorro que me escoltava para a escola e que era meu anjo da guarda peludo, morreu na rua porque não consegui trazer para casa. Meu melhor amigo morreu estupidamente e eu nunca fui capaz de dizer o quanto ele era importante para mim. Não importa, eu não consigo. Tento cuidar dos outros, e só sou capaz de machucar mais. Cada vez que alguém precisa de cuidados, eu me aproximo para tentar, e alguém me escorraça de perto porque eu só pioro as coisas.
E você...você tem alguém melhor que eu para fazer você ficar bem. Isso dói. Dói muito. Não importa o quanto eu tente, eu sou só uma coisa inútil. A única coisa que eu posso fazer é me preocupar com você... saber se você está bem ou não, e se não está, qual é o problema. E então fazer a única coisa que faço direito (embora já tenha feito bem melhor): rezar. A única coisa que tenho quando você está longe é minha preocupação e minha fé.
Quando vou dormir, fico te buscando, tentando achar você com o pensamento. Nem sempre consigo. É como se você se escondesse. Você é metade mistério, faz parte da tua magia pessoal. Mas me preocupar faz parte da minha.
E eu perdi tantas pessoas... hoje eu entendo muitas coisas. Mas eu era só uma criança, e aquilo tudo cobriu minha alma de cicatrizes, e não adianta. Eu nunca aprendi a lidar com isso. Cada vez que te vejo ir embora, fico na incerteza de que vou voltar a te ver. Aproveito muito mais cada instante, vivo mais intensamente que muitas pessoas. Mas a morte virou companheira de viagem.
E eu aprendi a amar assim: um amor que tem esse desespero em fazer o outro estar bem. Em cuidar e me dedicar. A considerar tudo que eu tenho algo a ser dividido. E por mais que eu deseje ser forte, tudo que consigo é isso. Sair correndo para não chorar e pedir desculpas.
Porque tudo isso foi só para isso. Pedir desculpas mais uma vez. Como eu sempre acabo fazendo. Porque eu sempre tenho que ficar estragando tudo?
Meu coração sangra esta noite, mais ou menos como se estivesse perdido ele em uma cerca de arame farpado. Se você puder fazer a delicadeza de colhe-lo na cerca como se fosse uma fruta, pode devorar ou fazer o que quiser...
dedicado por Sarah Helena * 1:43 AM
|